terça-feira, 3 de abril de 2012

Gay ou não gay? Eis a questão

            Em Gênesis 2 encontramos parte importante da fundamentação Bíblica do matrimônio. Deus criou o homem, viu que o homem estava só e classificou isso como não sendo bom, logo, o homem deveria ter uma companhia, então Deus cria a mulher: agora ele viu que era bom. Ao criar a mulher a partir da costela do homem, Deus evidencia que a relação entre ambos não deve ser exclusivamente para reprodução da espécie e sim, uma interdependência saudável, físico-psíquica e emocional. A conexão sentimental entre homem e mulher se expressa no texto de Gn 2 de maneira tão intensa a ponto de romper a dependência de ambos com seus respectivos pais para formarem uma só carne interdependente. Aqui se estabelece uma relação de pertinência da mulher ao homem e do homem à mulher que se traduz no matrimônio.
 A PL 122 visa a criminalização da homofobia, e a igreja também. A Bíblia é bem clara em Tiago 2 “Proibida a Acepção de Pessoas”, nos versículos 8 e 9 lemos “Se vocês de fato obedecem à lei do Reino encontrada na Escritura que diz: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’, estarão agindo corretamente. Mas se tratarem os outros com parcialidade, estarão cometendo pecado e serão condenados pela Lei como transgressores”. A palavra de Deus abomina QUALQUER acepção de pessoas, ou seja, qualquer preconceito seja ele de raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou com deficiência, gênero, sexo, orientação sexual ou identidade de gênero; logo, a Bíblia NÃO É homofóbica.

            Apesar disso, não há embasamento bíblico para novas formas de viver a sexualidade nem a família. O homossexualismo e casamento homossexual podem até, em partes, proporcionar a conexão sentimental mas não correspondem à conexão física. Por mais que uma mulher queira se casar com outra mulher ou um homem com outro homem, haverá déficits relacionais tanto física como sentimentalmente – não preciso entrar em detalhes. Assim também ocorre com outras maneiras de deturpação da relação física aqui abordada: zoofilia, pedofilia, necrofilia, etc. Poderia um ser humano casar-se com um animal? Poderia uma pessoa adulta casar-se com um bebê? Poderia um humano vivo casar-se com um cadáver? Ou ainda, poderia uma união entre o mesmo sexo (homossexual)?

            Na Bíblia, não encontramos um mandamento claro, como “Não matarás” (Dt 20:13), para o homossexualismo, do tipo: “Não serás homossexual”. Mas temos sim mandamentos contra a imoralidade sexual, as obras da carne: “Por isso digo: Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro (...). Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti: Aqueles que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5:16-21). Esta palavra condena a prática das obras da carne e não o praticante, mas revela a consequência daquele que pratica, daquele que faz disso o seu programa de vida: não herdar o Reino de Deus.

            A conexão física e sentimental estabelecida por Deus está bem clara: entre homem e mulher. O que Deus quer é a interdependência físico-psíquica, condenando assim o ato sexual ausente de sentimento e compromisso. Não precisamos ser tão extremistas condenando apenas os homossexuais, os pedófilos e os necrófilos por estarem fora da vontade de Deus se a própria relação sexual entre homem e mulher, como um mero ato de prazer, onde a outra pessoa se torna um meio que utiliza-se para o alcance do prazer, não é da vontade de Deus.
            Desde 2001, leis referentes à PL 122 já estavam tramitando até que se chegou no que está agora. Assim como em assuntos do tipo aborto, eutanásia, clonagem, etc, para o homossexualismo a igreja também deve se posicionar. Mas onde eu quero chegar com tudo isso? Quero ressaltar que a igreja não condena o homossexual em si, e sim, a prática do homossexualismo, logo, o casamento homossexual.

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